segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para que serve uma economia próspera?


O livro de Joseph Stiglitz, O mundo em queda livre (Cia das Letras) é uma leitura obrigatória para todos os que querem ter uma visão ampla da crise, suas causas remotas e imediatas e suas consequências. Mas o mais interessante de tudo é o fato de que os tempos que vivemos permitem aos economistas expressarem-se como filósofos e especularem sobre quais são os fins últimos e o que devemos considerar como bem supremo.
Vejam o que escreveu o ex-economista chefe do Banco Mundial:
“Dizem que uma experiência de proximidade com a morte força uma pessoa a reavaliar suas prioridades o seus valores. A economia global acaba de passar por esse tipo de experiência...
Avançamos muito por um caminho alternativo - criando uma sociedade em que o materialismo predomina sobre os compromissos morais; em que o crescimento rápido que atingimos não é sustentável, nem do ponto de vista ambiental nem do social; em que não agimos em conjunto, como uma comunidade, para atender às nossas necessidades comuns, de certa forma porque o individualismo desabrido e o fundamentalismo de mercado erodiram qualquer sentido de comunidade e levaram a uma exploração selvagem de indivíduos inocentes e desprotegidos e a uma crescente divisão social. Ocorreu uma erosão da confiança - e não apenas nas nossas instituições financeiras. Ainda há tempo para curar essas feridas.” (livro citado, pags. 388 e 389)